Tributo ao Randy "The Natural" Couture

Tributo ao “Natural”

Depois de duas tentativas, parece que desta vez é verdade. Aos 47 anos, rico e famoso, Randy Couture decidiu que não tem mais necessidade de ficar levando soco (e chute) na cara de oponentes 15 anos mais jovens. Dono da Xtreme Couture, um centro de treinamento de primeira linha, único atleta a ter conquistado cinturão dos pesados e meio-pesados do UFC e integrante do Hall da Fama da maior organização do MMA mundial, o “Natural” resolveu se aposentar para cuidar da vida fora do octógono.

A equipe do MMA Brasil se juntou para render uma justa homenagem ao “Capitão América”, sem dúvida um dos maiores nomes da história do MMA mundial.

A primeira vez que o MMA brasileiro “caiu do cavalo”


Por Alexandre Matos

Eu poderia falar sobre o cara que ignorou a barreira do tempo para fazer sucesso num esporte profissional de alto rendimento depois dos 40 anos. Mas uma passagem da carreira do Couture me marcou. O UFC 15 registrou o primeiro duelo dele contra a nova sensação Vitor Belfort. Então com 34 anos, imaginei que Randy não seria páreo para o dínamo de 20 anos que assobrara o mundo no UFC 12 e 13, e que dava sequência ao domínio brasileiro iniciado por Royce Gracie e Marco Ruas. Mas Couture me mostrou que o Brasil não era invencível no novo esporte. Mais do que isso, provou que os wrestlers dariam muito trabalho aos nossos faixas pretas de jiu-jitsu dali em diante. Circulando para longe do temido punho esquerdo do “Fenômeno” e encurtando o espaço com o clinch e o dirty boxing que o tornariam famoso, Randy surrou Vitor e fez me ligar na dura realidade pela primeira vez no MMA.

A “nova” cara do MMA

Por Diego Maka

Randy Couture foi um cara que fez muito bem para o nosso esporte, tanto dentro quanto fora do cage. Estreou no octógono do UFC com 33 anos, idade com a qual muitos lutadores já estão pensando em parar. Mas idade nunca significou muita coisa para Couture. O “Natural” trouxe uma abordagem nova para o MMA, com muita estratégia, análise do oponente, plano de jogo e um nível de luta greco-romana nunca antes visto no octógono. Além disso, ajudou a mudar a imagem do lutador de MMA nos Estados Unidos, e com todo seu carisma, simpatia, trabalho duro e respeito aos adversários, conquistou uma legião de fãs e foi a cara do esporte no país por muitos anos. Por tudo isso, Randy Couture será sempre lembrado com muito carinho por todos os fãs do nosso esporte.


Um atleta de verdade


Por Diogo L. de Souza

O apelido dado a Randy já resume o atleta nato que sempre foi e sempre será lembrado. Três vezes campeão dos pesos pesados e duas vezes dos meio-pesados carimbam uma carreira de sucesso de uma lenda do MMA e do esporte.

Atleta versátil e dono de um dos ground and pounds mais poderosos do MMA (comprovado pelo National Geographic Channel) Randy marcou história em inúmeras batalhas dentro do octagon. Com Rodrigo Minotauro no UFC 102 fez um dos duelos que serão sempre lembrados por todos que vivem o MMA. O próprio Rodrigo admite: “A cotovelada do Randy Couture foi a mais forte que já levei. O cara é muito bom!”

Randy deixa um legado para os novos talentos do MMA como um “cara” fora do comum, de condicionamento invejável e fora dos padrões do esporte. Só temos a agradecer toda a contribuição positiva deste lutador que simbolizou muito bem o significado da palavra “atleta”.

Verdadeiro herói

Por Eduardo Vicente

Randy Couture é um fenômeno, e precisa ser estudado. Ele sempre enfrentou os melhores de sua categoria, foi testado em todos os momentos de sua carreira e somente agora, aos 47 anos, a idade parece estar afetando o seu rendimento.

Assino embaixo o que disse o Lyoto ainda no octagon logo após derrotá-lo: “Ele é um herói! Ele é um verdadeiro herói!”

O MMA na cultura popular

Por Fernanda Prates

Vez ou outra aparece uma pessoa que muda a cara de um esporte. Seja por seu estilo, técnica ou carisma, Randy Couture foi essa pessoa para o MMA. E isso não é pouca coisa. Foi o “Natural” que dissociou a imagem do lutador da figura do briguento. Graças a sua destreza fora do octógono, lutador deixou de ser boçal para virar atleta. Dentro do octógono, ele trouxe um estilo cerebral, impecavelmente técnico (embora, ahn, ocasionalmente questionável), com um wrestling de deixar muito moleque no chinelo. Composto, inteligente e eloquente, Couture foi um dos grandes responsáveis por derrubar o muro que separava o MMA do mainstream. Ele quebrou limites (inclusive biológicos) em busca da excelência em todos os níveis de sua arte. E ainda arranjou tempo para chutar traseiros ao lado de Stallone. Vai curtir a fama, a grana e a glória, Capitão América. Você fez por merecer.

O Natural

Por Guilherme Montana

Eu tentei ver a aposentadoria de Randy Couture com bons olhos. Veja bem, ninguém quer se aposentar (Mirko Cro Cop, Matt Hughes, Chuck Liddell, etc) com uma derrota. Eu não queria ver Couture se aposentando com uma derrota. Mas um nocaute daquele, um golpe tão lindo como aquele do Lyoto Machida sobre “O Natural”, me obrigou a ver a última luta de Randy Couture de outra forma. Foi uma derrota, mas poxa vida, que derrota! O homem já era velho quando começou neste esporte, já era velho quando quebrou Vitor Belfort e mais velho ainda quando foi à lona contra Machida. Do início ao fim da carreira, “O Natural” só enfrentou os melhores entre pesos pesados e meio-pesados. Quando voltou da primeira aposentadoria, Tim Sylvia era o melhor peso pesado em continente americano e Randy entrou no Octógono™ para cinco rounds de ação. Hoje, os retardatários que assistem àquela luta podem até achá-la sem graça, mas quem a viu naquela época, foi uma das melhores lutas do ano: um senhor de quarenta e tantos anos voltou da inatividade para cinco rounds de dominação sobre um jovem de dois metros de altura. Randy era muito mais que apenas um “velho competitivo”. Depois de Sylvia veio Gabriel Gonzaga e que show de desempenho. Mesmo a derrota para Minotauro mostrou o quão ativo ele estava: três rounds de ação entre pesos pesados lendários (para mim, a melhor luta daquele ano). “O Natural” venceu a maior das batalhas, a contra o tempo. Ninguém, aparentemente, igualará esta marca. Até mais, Randy. Você é um dos maiores neste esporte. Sempre será.

Feito por: MMA Brasil

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